BorboletRas

sábado, 2 de fevereiro de 2008

borboletRas *6*

Imagem da Capa: Schmetterling by varziel © www.deviantart.com

Segredos
Caroline Schneider

desvendou-me desejos
entrelinhados
em poesias e formas
ensimesmados de tons

escreveu em minhas costas, nuca e barriga
um poema só meu
poeta sem rima
sem utilizar pena ou mãos

mas, fazendo-se sol nascente
não desvendou segredos
de obscura sombra lunar
em lado oponente
que em velado estado latente
dormitou, deixando-se expor sua luz
à junção do brilho total

à espera d’algum eclipse
há nova fase a se iniciar
e ciclicamente
renovam-se meus segredos

***

Limpa-me a alma
Caroline Schneider


Limpa-me a alma
e a meus pés
jogue brancas pétalas
de pensamentos profanados
por enganadas ilusões
de silenciados nãos

Postergadas folhas
de adulterados
nós de sinuosas pernas
entre nuvens, sob o
olhar de atento luar

Mostra-me o caminh
da purificação dos sonhos
emaranhados por cipós
de tentações carnais

Quero unir o que dentro
de mim restou quebrado
dissipado em um vendaval
de torpor e ausência de lucidez

Limpa-me a carne
inundada pelo prazer vazio
tão oco quanto restou meu ser
ao perceber que sem ti
não me resta nada


***

Prenda-me
Caroline Schneider

Prenda-me
Se for capaz
De seduzir
Meu lado lunar
Que em fases
Troca em metades
De negro pra branco
Meu sol que pulsa em
Lençóis e hiatos
Há ecos retumbando
Em faróis de meus eclipses
E em minhas crateras
Há fases nuas
Sem luz ou figuras
Onde me escondo
Entre nuvens escuras
Não me vês
Apenas sentes
O clamor alucinante
De meus olhos ardentes
Por isso,
Não me veneres
Pois que sou reles
Lua com sintoma bipolar

***

Homem-Anjo
Caroline Schneider

Tinha aparência de homem
Mas com olhar aproximado, a observar
Poder-se-ia notar
E deduzir, o ser alado que era

Um anjo, do céu, desatrelado de asas
Tão belas quimeras
Pegou-me no colo
Para, num adejo solto,
Mostrar-me seus paraísos

Contemplou meus traços femininos
Sussurrou-me doces versos imprecisos
Fez-me vislumbrar ballet de flores multicores
Sentir odores de jasmins e sândalos
Vi borboletas se aproximando
E em meus cabelos firmando pouso
Em questão de instantes
Fui do riso ao choro,
do pranto ao gozo,
do chão ao céu...

Cativa do doce querer do querubim
a renascer
decidiu retomar asas e ao céu ascender

Só o que sei é que hoje tenho em meu corpo
as impressões, odores e tremores
das digitais de um Anjo transmutado em flores
que em primavera se faz presente
no horizonte do céu do meu olhar

Voa, Anjo
Que o vento te trará
Pra mim
Em forma de pétalas
E a alegria em meu ser será sempre completa!

***
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

borboletRas *5*

Imagem da Capa: © photosynthesize - www.deviantart.com

Instigante Sinergia
Caroline Schneider

sentei-me
na pedra da vida
respirando
ar puro
de sonhos
nas entrelinhas
do percurso
de meus pés
tristonhos
abotoei
tão cansados
paradigmas
e alforriado
de sarcásticos sorrisos
levado de improviso
por tão secretas maravilhas
fui tomado
d’uma lufada
de pulsante sinergia
que me instigou
a seguir tal melodia
e, a cantar
voei, qual borboleta
pelos ares em
renovada sinfonia.


***

Boneca de Porcelana
Caroline Schneider

Teu olhar é como morteiro
Seguem minhas mãos lascivas
Que encontram meu sexo
Em febril reconhecimento

Descobrem ritmo
De ardor desencontrado
Solitário gozo
Por mãos que se desacompanham
Do compasso

Meu riso é triste
de uma lágrima
surgida no agora
rósea na face de quem
se deliciou do amor
e o jogou fora

Sou boneca de porcelana
Sou incauta
tive peças quebradas
no céu da minha boca
Meu gemido
é preso na garganta
onde estrelas foram desenhadas
e, rasgadas,
dadas em holocausto
pra qu’eu pudesse
saborear o delicioso
prazer do insano

***

Vestida de Branco
Caroline Schneider

Dormi vestida de branco
Para tornar-me anjo lascivo
E voar em sonhos até você

No caminho, encontrei um querubim
Que me disse, um dia, tê-lo flechado
Com dardo envenenado de amor
Só para mim

Ao chegar,camisola de renda,
deixando meu corpo à mostra
para teu deleite, sem vendas
Tornamo-nos feras

Com unhas e dentes
Desnudou-me
Aliterando pulsante desejo
Que uniu dois corpos em um

Ofertei-te duas rosas
Róseas, perfeitas
Que tu degustaste
Com olhos, boca e mãos
Prostrastes teu sexo em compaixão
E, com paixão, volitamos até as estrelas.

***

Ritual da Marquesa
Caroline Schneider

Venda-me os olhos
Para desvendar
Meus paraísos
Prazeres ocultos
Acobertados a sete véus
Do inculto

Loucura, inexatidão
Palavras não ditas
Malditas...
Sensações

Ata-me as mãos
Para suscitar
Desejos cálidos
Fulminantes anseio
De desamarrar-me
E sentir com o tato
O que sei saber com sabor
De desejosos lábios

Tapa-me a boca
Para abafar
Gemidos latentes
Ferventes
Arrepios gerados
Pela sinergia
de nossos corpos
ardentes

Incendeia-me
Inflama meu corpo
E minh’alma
Com o fogo de nossa paixão

Sou tua
Nua marquesa
Vem rematar
Esta parte de mim
Que crua
...
te espera

***

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borboletRas *4*

Imagem da Capa: © hyperangel (www.deviantart.com)


Alegorias
Caroline Schneider

assintonia
comiseração da alegria
vida de lágrima
na face de Pierrô
sou Colombina
descreio sempre
da esperança
desvalida
mito de riso
choro, dor
lágrimas
ao findo dia
cansei-me de viver
Alegorias
em cada carnaval
tu, Arlequim
traz-me destino
sonho de ópio
disritmia
tríade de desventuras
desta venturosa
vida?
o que é isto
que pulsa
no ritmo
do enredo
que um deus
carnavalesco
escreveu sob
sangrenta pena
em nossos corpos
pintados sob amanhecido
segredo
de’uma quarta-feira
de cinzas?
Alegorias
frívolas, possíveis ruínas
trazidas pelo vendaval do tempo
réstias do sol
jazidas
sobre confete e serpentina
***

Vestida de Negro
Caroline Schneider

Vesti-me de negro
só para calar
um sono cinzento
Sonhos...
queria-os ter,
mas o véu
dos pesadelos cruentos
volveu ao meu ser
encaixotado de máculas
cores pastéis
Soletrei meu nome
Pra quem?
Não havia ninguém
Será para eu mesma
lembrar-me quem sou?
Ou para romper
soturno silêncio
da madrugada
não conseguido
nem pelo tique-taque
contínuo do despertador?
...
Àquela altura
Embrenhada na altivez
Da noite de mim
O sono abordou
Só minhas unhas carmim
Dissolviam a negritude do todo
E o brilho de uma estrela única
Que reluziu e piscou no entremeio da cortina
Chamou-me à realidade da esperança
Que inda existe na prata de'um fio
***

Apanágio à Solidão
Caroline Schneider

estômago em oca vertigem
aspirei na janela
misto de tabaco de baunilha
e vento outonal
a buscar folhas
ferindo na garganta
ocultações viscerais
o céu da minha alma
repleto de folhas
no chão
retrato de outono
ocaso de fase
escuridão...
relembrei a cada trago
castelos derrubados
ao longo da vida
reconstruídos
junto a escombros
sentinela vívida
sucessivo renascer
odor de baunilha
cobiçando cadentes
flocos de algodão
vida em constante
apanágio à solidão

***

Sonho de Sereia
Caroline Schneider

Sou S.e.r.e.i.a
transformo a energia vital
em malícia total
fecundidade hominal
em sensual vai-e-vem
de pernas, mãos, braços, sensações
quero que me acordes aos beijos
para descobrir-me realidade, eu vejo
P.a.r.a.í.s.o.s
em teus olhos mares
flutuantes sombras de inquietude flamejante
sou feita de matéria feminina
cheia de vida, nasci para amar
navego canções a N.e.t.u.n.o
que sabe, meu trono, é teu
Deixe-me S.o.n.h.a.r...
que a realidade de ver-te, ao acordar-me em manhã
torna-me plena
e renasço M.u.l.h.e.r...

***

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segunda-feira, 28 de maio de 2007

borboletRas *3*

borboleta de Marcia Lana (acervo de Monica Valentim)



Passarinho sem asas
Caroline Schneider

Na estrada, no caminho
sou pa
*******ssa
*****ri
*******nho
sem asas
(...)
anseio estar pronto pra voejar
sou despojado de tempero alado
da anarquia, do fado
do desterro atrelado
liberto-me em meu instante pensar
volito em sinfonia de cantos
em odes ao vôo infinito
(quisera ser destemido)
e num salto, faísca de momento
apanhar borla em pé de vento
- nem que fosse derradeiro intento!
esvoaçar entre nuvens em adejo solto
degustando
o sabor do vento e
o arroubo
da tão almejada
LiBeRdAdE

***

Rosa-dos-ventos
Caroline Schneider

soturna
morri mais de uma vez
entre os lábios
escarnecidos de sangue
colmatada por corvos em revoada
deixei-me levar
por entre serpentes e lírios do caminho

tua mão, era meu único leme
e teu odor, o porto onde sempre saberia regressar

dardejantes raios luminosos
resplandeciam do teu olhar
qualquer morte minha
seria capaz de me cegar
mas tua contemplação
ressuscitou-me do insano
profano delírio de altivez
salvaste-me outra vez

teu amor, a rosa-dos-ventos
nossas vidas, o mapa central
eu só sobrevivo por possuir uma bússola mágica
que busca em ti o norte, sempre que me vejo perdida
entre as serpentes e os lírios do caminho

***

Beija-flor
Caroline Schneider

Sou flor
Tu, beija-flor
Pra longe partistes
Levando contigo
Uma parte de mim...
Não sei decifrar
Qual delas que foi
Se néctar
Se espectro de vida
Se plasma de prazer...
Só o que sei
É que sinto falta
Desta outra parte minha
Que só vive
Quando está junto de ti
Preciso estar completa...
Por isso, te peço
Voa...
Voa, beija-flor
E vem acariciar tua flor
Que te espera no jardim só teu
De flor única
Despetalada
Que implora por sua outra parte
Que tu levaste
Vem
Vem trazer de volta
Vem completar-me

***

Anjo decaído
Caroline Schneider


Anjo
decaído por um sonho de amor
banido
dos portões celestiais
por uma fagulha de paixão

sensibilidade
herdada de arcanjos cuj’alma
transmutou
em sementes de gozo e fertilidade

anjo da paixão
feiticeiro do prazer
alquimista
do elixir da sensualidade pura
compositor das sinfonias mais belas
que cantam o amor

tua mácula
é meu condão
que me inspira
preencher
as lacunas do coração

teu hálito
em minha boca
faz renascer em mim as asas
um dia perdidas
que me levaram à liberdade
de sentir-me
mulher

teus beijos
em meu pescoço
aguçam o olfato
do meu aroma feminino

um arrepio percorre meu casulo
e aflora a vontade de voar
e num sopro de vida
bato asas
sou borboleta,
livre vou a colorir o caminho
ao reencontro da vida

***

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domingo, 6 de maio de 2007

borboletRas * 2 *

Capa: © Photographer-Pixel-pizzazz

*

Segredos da Monarquia
Caroline Schneider


Escondo-me sob o manto de rainha
Mas quero o súdito mais rude da corte
A penetrar meu ventre ordinário de mulher
Quero gritos de plebéias
Transpiração de rameiras
Gemidos de cortesãs
Que façam ecoar em meu ser
as trombetas dos cavaleiros
A guerrear nas savanas do meu reino
Quero ser devorada como faisões
de banquetes reais
Sobre colchões de feno
Nos currais

Dou meu cetro de poder
A quem, mesmo de soslaio possa
Retirar-me do mediterrâneo inferno
Que é viver
Sem uma centelha de prazer...
*

***

Sensações da Arte
Caroline Schneider

segredos calam
não os quero ouvir!
batidas fortes
tão negro sentir
intensos cabos que gemem
em ofuscadas sensações
no corpo-semente
de gélida estátua marmórea
construída por frio escultor
que cava seu vento interior
em cada detalhe da peça
marcas do tempo
fincadas por solstícios ciclos
rebatem forças dos vendavais da vida
não importa quantas estações se passem
gravadas na face
do imóvel busto
remanescem intransfiguráveis
sensações da arte
traduzidas, combalidas
do negro véu interno
das mãos do artista!

***

Maria, Mãe da Vida
Caroline Schneider

Maria
Mãe da vida
Em teu olhar perene
Volitam anjos candos de ternura

Oh, mulher, símbolo da seiva
gana e garra que não me deixam esmorecer
Quando vejo quão acanhados
Os pequenos dilemas do meu ser

perdestes teu filho para uma cruz de espinhos
sorristes pra Deus
mesmo aflita entre escarninhos
Maria
Mãe de mim
Pra quem um dia roguei
Não deixes partir
O meu ser bipartido
Que tão pequena nascera
Tão frágil, tão bela
Pequena quimera
que sonhei para mim

E tu, mãe das mães
Mesmo tendo perdido teu filho
Em nome dos filhos perdidos
Não me negou concessão
Hoje sou mãe
E sei, e sinto
A dor que sentistes
Ao ver teu filho, tão lindo...
Tão forte, tão cheio de vida
Cegado de luz
Maria
Seque teu pranto em meus ombros
Que te darei parte do meu coração...
*

***
*
Miséria
Caroline Schneider

Ai, Miséria
Em chão repleto de espinhos
Em noite sem teto, no caminho

Por que maltratas
Os filhos da vida?

Migalhas de pão
Restos de lixo
Seres abjetos
Renegados a viver
No limbo

“Dignidade e Cidadania”
Pra quem foi feita esta Constituição!?
Caminho de paz só se faz
com direitos iguais
Em que mundo vivem
Estes seres exclusos de nossa eugenia?

Buscando sobreviver
Em meio a putrefatos
Excrementos de alheia vida
Mesmo sangue corre em suas veias
Mesmo sopro há na alma que os habita

Igual matéria, Igual valor
Filhos esquecidos pra dor
São transparentes, sem voz
O mundo passa, nem os nota e ao seu algoz

Quisera nunca encarar a agrura
De ver tal figura
Real, tão crua, repugnante
Um sonho de gente
Plantada em semente
Despojada de seiva para germinar
Com tão fracas raízes
Fadados estão seus galhos a secar

Oh, Miséria! (absorta em sua própria miséria)
Por que maltratasOs filhos da vida?

***

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sexta-feira, 6 de abril de 2007

borboletRas * 1 *

borboleta de Romero Brito



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Mulher, com alma guerreira
Caroline Schneider




Há flores no meu quintal
Pois a mim, ninguém as oferta
A bem da verdade,
Nasci no corpo errado...
Sou mulher, com alma guerreira
Vim a esta terra
Para lutar como homem...
Pelo sustento da família
Pelo sorriso todo dia
Pela própria harmonia!
Nenhum ramalhete em prol da doçura
me foi doado
Não me foi dada a chance
de ser delicada e frágil
Mas enquanto ninguém descobre a mulher
por trás da armadura de guerreira
Vou pelo mundo, ofertando minhas pétalas ao passar
E a brincar com o flip-flap das felizes borboletas
que em mim reconhecem o colorido da alma
que só uma verdadeira mulher possui...
o colorido de quem sabe plantar e semear e colher e desfrutar das flores de seu próprio jardim!



***



Lamento da musa triste
Caroline Schneider


Sou tua fada nua
Oh! Poeta dos vendavais!
Uma musa triste
Deveras cansada de esperar
Por seu poeta ausente...
Que em riste finge
Sem queixas ou pranto no olhar
Sorriso de musa que se sabe amar...
Ponho-me a buscar
O fio do rio que leva ao mar
E o vento bate em meus labaredos cabelos
Que, quais asas, aspiram em tua procura voar
Perfeita teia vermelha fervilha em meu corpo
Delineado por teu negro olhar
Olhos que em busca de inspiração
Já me fizeram tua
Tantas vezes, tua



***




Nas nuvens do pensamento
Caroline Schneider

redescobri o céu
e ele me disse algo...
inconstante sabor de poema com presságio
não soube nem de longe definir
se branco azul negro ou colorido meu futuro
ou apenas aquele suave sabor de novidade na ponta da língua
que antecede a surpresa em descobrir o tom de um novo sentimento
quanto mais eu perscrutava o índigo telhado
mais perguntas assaltavam meu curioso e detalhista olhar
alma dilacerava coração acinzentava...
as formas agitavam-se em delicado balé de nuvens...
será que foi apenas impressão?!
que nuvens, que nada...
eram meus olhos? estariam ali expostos sob o céu dos pensamentos, meus mais belos e infinitos momentos, de paz e arrependimento?...



***



Pés sob os lençóis
Caroline Schneider


Já está tudo no chão
E a vida a pedir passagem
Lugar sempre limpo, organizado
Demonstra não morar gente
Gente quer livros espalhados
Estante cheia e meias guardadas...
Pés descalços sob os lençóis
A enroscar-se a pedir carinho...
É como andar de mãos dadas
Deixando livres as mãos,
para tocar as estrelas...
Entre um sonho e outro
Vou organizando as paisagens
Ó vida! Que sorte eu tenho
De ter quatro pés em minha cama!




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terça-feira, 3 de abril de 2007

borboletRa

As borboletas fazem parte do meu ser...
Sua metamorfose é algo mágico, pra mim. Desde pequena as observo, nas suas infinitas combinações de aquarela...
Eu mesma, sou borboleta, que de feia larva tornou-se bela. Nos mais variados significados. Qual foi o leitemotiv desta metamorfose? Deixe que eu mesma respondo: APAIXONEI-ME. Sim, apaixonei-me... não por um rapaz, uma moça, um homem, uma criança... apaixonei-me por quem eu sempre deveria ter como primeira da lista... APAIXONEI-ME POR MIM!!!

Uma das faces desta paixão, for ter tornado pública uma de minhas paixões: escrever. Não escrever por escrever, mas escrever o que sinto, o que vejo, o que almejo, o que sonho, enfim... escrever minha essência, escrever o que sou.

SOU
Sou uma
sou tantas
sou todas em uma
sou eu em nenhuma...

Quem sou eu

Minha foto
Curitiba, Paraná, Brazil
Sou tudo que fervilha. Sou o desenho das nuvens. Sou as lágrimas de felicidade. Sou o sorriso. O sol da manhã. Sou o suor escorrendo. O cheiro de café no corredor. Sou a borboleta voando. Sou meus sonhos. E também sou a realização deles. Pra mim, a vida tem sentido.

Arquivo do blog

Borboletas que voaram por aqui...